As matanças mundiais
Mais de cem milhões de homens morreram nas duas guerras mundiais e na guerra civil russa (que foi uma extensão da grande guerra) e muitos outros milhões em outras guerras ligadas à 2ª grande guerra. Uma matança de tal ordem não se faz sem tecnologia e sem uma mentalidade tecnológica.
Que quero eu dizer com uma mentalidade tecnológica? Uma mentalidade que, julgando que algo está mal na realidade, se concentra nos meios para alterar essa realidade. Uma mentalidade que considera a realidade como um quadro no qual se devem fazer as alterações julgadas necessárias, um conjunto de matérias primas brutas que é necessário transformar para dar origem à matéria esmerada, à realidade considerada ideal. Uma mentalidade que concebe a realidade como algo que se usa e abusa para atingir os objectivos considerados superiores. O pretender alcançar objectivos superiores, o que a realidade deveria ser, é antigo e não é imputável à mentalidade tecnológica. Mas a esse desiderato, juntou-se contemporaneamente um cálculo frio e rigoroso que entrega o mundo inteiro à usura e que não o considera verdadeiramente como mundo, mas sim como matéria transformável, como um mero fundo a partir do qual, num atelier, se pode desenhar o que se quiser e transformar, inteirinho, num estaleiro de obras.
Esse estaleiro abrange toda a realidade, mesmo a humana, afirmando-se tanto na engenharia monumental, como na engenharia utilitária, como na engenharia do extermínio, como na engenharia da conquista, como na engenharia genética, como em qualquer outra área, mesmo a ecológica. E quando o mundo for acabado pela regra e pelo esquadro, seja a régua e o esquadro dos nazis, seja a da União Europeia, da China ou da União Soviética, seja a das multinacionais norte-americanas ou japonesas, seja que régua e esquadro for, ainda teremos um mundo onde valha a pena viver? Infelizmente, cada régua e esquadro concorre com as outras e não parece que possamos chegar ao fim desta concorrência - mas se pudéssemos ultrapassar esta situação de constante conflito, um mundo tecnológico todo orientado na mesma direcção, seria desejável? Ou seria um despotismo inominável onde a própria realidade humana desapareceria, considerada um fundo a transformar, uma matéria bruta de que se poderia pôr e dispor em prol de objectivos mais altos, mais um objecto de usura entre tantos outros, um conjunto de produtos que se possa transaccionar de acordo com o valor da transformação? Talvez esse admirável mundo novo não esteja tão distante quanto se possa supor...
3 comentários:
Stor é impressao minha ou o stor esta a tentar dizer que quando já nao houver "materias para brincar" (guerras nucleares e afins) é que a humanindade vai tentar obter objectivos mais altos como a solariedade, a tolerancia etc? se assim for talvez concorde. so quando ja nao houver armas nao mão é que poderemos enfrentar os outros e tentar chegar a um acordo, a uma justiça. ngn ama de armas na mao, ngn vive com preconceito e injustiça. mas parece me claro que quando chegar o dia em que nos vamos poder todos ouvir sem ser à chapada e ao pontapé nenhum de nós aqui estará. sinceramente, acho que o homem é demasiado egoista para parar com matanças e guerras.
Não, se acabarmos com o horror das guerras entre potências diversas pela imposição de uma só potência, podemos estar a substituir um horror por um horror maior. Não foi na guerra (embora tenha sido durante) que Hitler levou a cabo a "solução final" para os judeus, não foi na guerra que a colectivização forçada dos campos ou as purgas estalinistas foram levadas por diante, não foi na guerra que Mao provocou fomes massivas na China com o seu "grande salto em frente" e não foi na guerra que Pol Pot dizimou a maior parte do seu povo. Por incrível que pareça, o séc. XX mostrou que guerra e paz podem ser duas faces de um mesmo horror.
todo tem duas faces, um positiva e uma negativa. mas s nos usasse mos essa mesma tecnologia usada em makinas de guerra e a convertessemos em tecnologia k beneficiasse a humanidade e tentassemos resolver os nossos assuntos como pessoas racionais em vez de andarmos a "batatada", a terra tavez seria um lugar melhor para viver.
e no k toca as 2 grandes guerras, essas foram erros k originaram repercussoes graves nos dias d hoje, e com o dinheiro poupado nas guerras teriamos fundos suficientes para acabar com os paises d terceiro mundo.
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