O primeiro defensor das PME
No dia 7 de Setembro de 2009, na SIC, apesar de se estar a confrontar com Paulo Portas, Jerónimo de Sousa já pareceu estar recuperado da estranha anemia que o abateu no encontro com Sócrates. Na verdade, devo dizer que se tratou de um muito razoável debate de parte a parte. Mas, não havendo bela sem senão, desta vez foi Paulo Portas que, logo no início, não resistiu aos recursos falaciosos.
Depois de um remoque de Paulo Portas saudando o reconhecimento da importância das PME pelo PCP, Jerónimo de Sousa recordou que não existia qualquer referência no programa eleitoral do CDS-PP de 2005 às PME, contrariamente às 34 referências de 2009. A isto respondeu Paulo Portas da seguinte forma: “Eu acho que o deputado Jerónimo de Sousa foi influenciado pelo argumento do primeiro-ministro Sócrates que é o meu adversário, segundo o qual ele nunca foi primeiro-ministro e eu fui primeiro-ministro.” O argumento de Paulo Portas não podia ser mais disparatado. Primeiro, porque Jerónimo não se referiu a uma medida de um governo a que Portas tivesse pertencido, mas sim ao seu programa eleitoral. Segundo, porque Jerónimo não foi, certamente, primeiro-ministro ou sequer um qualquer ministro. Terceiro, porque isso nada tinha que ver com a questão – foi Paulo Portas que pretendeu valer-se de uma suposta anterioridade na atenção às PME, tendo sido cabalmente desmentido por Jerónimo e, não tendo forma de superar a inesperada refutação, socorreu-se de um argumento de algibeira que costuma utilizar contra Sócrates (e aí tendo, de facto, alguma razão).
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