O pequeno comércio e o fascismo
No dia 3 de Setembro de 2009, num frente-a-frente moderado por Mário Crespo, na SIC Notícias, Alfredo Barroso, histórico militante do PS, começou por se referir a uma intervenção de Manuela Ferreira Leite, feita dois dias antes, em Silves, que tinha o seguinte teor: “Os grandes grupos e as grandes empresas, tal como as grandes superfícies, levam ao empobrecimento dos pequenos comerciantes.” De início, na sua intervenção, começou por reduzir ao absurdo a afirmação, sem que aí tivesse detectado qualquer falácia, mas rapidamente acabou por estender a sua análise a uma comparação com o poujadismo, um movimento populista e fascizante dos anos 50 em França que surgiu com a intenção de defender o pequeno comércio. Intercalando a sua análise do poujadismo com associações a afirmações de Manuela Ferreira Leite (a dos ucranianos e cabo-verdianos), acaba por criar um cenário relativo às posições de Manuela Ferreira Leite, utilizando as suas declarações acerca do casamento e da procriação, acerca dos imigrantes, acerca do Estado e do investimento público, de tal forma que acabou por considerar a sua posição análoga ao do tal poujadismo, ou seja, fascizante.
Não deixou de ser engraçado ver o seu adversário no frente-a-frente, nem mais nem menos que Luís Filipe Menezes, a ter que fazer o papel de defender Manuela Ferreira Leite, sua arqui-inimiga no seio do partido, perante tão óbvia argumentação defeituosa.
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