Mais umas falácias - também já com algum mofo
Aqui vai outra série falaciosa, esta sugerida pela minha colega Helena Pimenta. Trata-se da célebre polémica do deserto a propósito do novo aeroporto, iniciada pelas declarações do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, em 23 de Maio de 2007, num almoço na Ordem dos Economistas. Há que lembrar que simples falsidades não são falácias – pelo que esta sequência dá mais trabalho do que parece.
Segundo as imagens transmitidas pela SIC, aqui vão as declarações da polémica: “O que eu acho que é faraónico é fazer o aeroporto na margem sul, um aeroporto onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, onde não há indústria, onde não há comércio, onde não há hotéis e onde há estudos ambientais da maior relevância que é necessário preservar. Eu recebi as maiores sumidades – ou das maiores sumidades, há outras também muito grandes – mas pessoas de grande competência na área do ambiente, todos eles me disseram, na margem sul, jamais, jamais (com pronúncia francesa).” Mais adiante, em resposta a um interlocutor, introduz a metáfora do cancro do pulmão, onde, após se referir às rotas migratórias das aves e ao aquífero subterrâneo, acrescenta: “também não pode construir o aeroporto onde não há ninguém, pode construí-lo no deserto do Saara, mas é mortal” – entenda-se a metáfora, tal como o referido cancro do pulmão. Houve outras referências hiperbólicas, mas visto não ter tido directo acesso a elas, não as refiro aqui.
Estas declarações provocaram reacções imediatas, nomeadamente, pela sua simples falsidade, pois, segundo o Jornal de Negócios, citando dados do INE, existiriam, na margem sul, 707148 pessoas, 392 escolas (incluindo estabelecimentos do Ensino Superior), 40 hotéis e 20073 estabelecimentos comerciais. Neste artigo, não se referia a indústria, mas certamente não é por ela faltar quer no Barreiro, quer em Setúbal, quer em Palmela, incluindo a menina dos olhos de vários governos, a Auto-Europa.
Para “amenizar” as declarações, o presidente do P.S., António de Almeida Santos, juntou mais uma preciosidade às declarações: “Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o Norte do Sul do país” (segundo o Jornal de Negócios).
Posteriormente, o ministro das Obras Públicas, secundado pelo Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, corrigiu as suas anteriores declarações, dizendo que só se referia ao local de eventual implantação do aeroporto, Rio Frio ou Poceirão, o que parece ser uma emenda pior que o soneto. Isto equivaleria a dizer que o aeroporto deveria ser implantado numa zona directamente inserida numa área de forte densidade populacional – não poderia ser ao lado, teria que ser na própria zona – o que, para lá de ser novo motivo para polémica, parece mais uma defesa da Portela do que da Ota, visto só a Portela estar inserida numa zona de forte densidade populacional.
Segundo as imagens transmitidas pela SIC, aqui vão as declarações da polémica: “O que eu acho que é faraónico é fazer o aeroporto na margem sul, um aeroporto onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, onde não há indústria, onde não há comércio, onde não há hotéis e onde há estudos ambientais da maior relevância que é necessário preservar. Eu recebi as maiores sumidades – ou das maiores sumidades, há outras também muito grandes – mas pessoas de grande competência na área do ambiente, todos eles me disseram, na margem sul, jamais, jamais (com pronúncia francesa).” Mais adiante, em resposta a um interlocutor, introduz a metáfora do cancro do pulmão, onde, após se referir às rotas migratórias das aves e ao aquífero subterrâneo, acrescenta: “também não pode construir o aeroporto onde não há ninguém, pode construí-lo no deserto do Saara, mas é mortal” – entenda-se a metáfora, tal como o referido cancro do pulmão. Houve outras referências hiperbólicas, mas visto não ter tido directo acesso a elas, não as refiro aqui.
Estas declarações provocaram reacções imediatas, nomeadamente, pela sua simples falsidade, pois, segundo o Jornal de Negócios, citando dados do INE, existiriam, na margem sul, 707148 pessoas, 392 escolas (incluindo estabelecimentos do Ensino Superior), 40 hotéis e 20073 estabelecimentos comerciais. Neste artigo, não se referia a indústria, mas certamente não é por ela faltar quer no Barreiro, quer em Setúbal, quer em Palmela, incluindo a menina dos olhos de vários governos, a Auto-Europa.
Para “amenizar” as declarações, o presidente do P.S., António de Almeida Santos, juntou mais uma preciosidade às declarações: “Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o Norte do Sul do país” (segundo o Jornal de Negócios).
Posteriormente, o ministro das Obras Públicas, secundado pelo Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, corrigiu as suas anteriores declarações, dizendo que só se referia ao local de eventual implantação do aeroporto, Rio Frio ou Poceirão, o que parece ser uma emenda pior que o soneto. Isto equivaleria a dizer que o aeroporto deveria ser implantado numa zona directamente inserida numa área de forte densidade populacional – não poderia ser ao lado, teria que ser na própria zona – o que, para lá de ser novo motivo para polémica, parece mais uma defesa da Portela do que da Ota, visto só a Portela estar inserida numa zona de forte densidade populacional.
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