11.10.08

Aqui vai a primeira - fresquinha

Em entrevista centrada na crise financeira actual, no dia 8 de Outubro de 2008, na SICNotícias, pelas 22.42, Jorge Braga de Macedo declarou: “Neste momento, há um esforço essencial em explicar aquilo que é o perigo – que é a falta de coerência [nas medidas dos vários países para combater a crise] – e aquilo que pode parecer um drama no curto prazo mas se vai resolver, porque, de facto, aquilo que aconteceu nos anos 30 não se vai repetir, eu tenho a certeza absoluta que não vai haver o tipo de falências bancárias que houve nos Estados Unidos nos anos 30. Porquê? Porque foi a última guerra, essa não se vai repetir. Já, pelo contrário, a ligação com os investidores institucionais, a bolsa, o acesso do cidadão e das empresas ao crédito, eu aí tenho receio.”
Embora o caso já esteja estabelecido, talvez os pedaços seguintes possam contribuir para o esclarecimento da argumentação e/ou da sua intenção. Logo a seguir, às 22.43: “Insisto, aquilo que foi o drama dos anos 30, a miséria intensa não é o problema agora. O problema agora é a economia mundial, pela primeira vez, não conseguir crescer. E porquê?” Segue-se uma explicação que recorre à globalização, nomeadamente com a baixa dos preços devido à produção e criação de riqueza na China e na Índia que teria levado à complacência em relação à inflação, nomeadamente, fazendo crer que os preços das casas não parariam de subir.
Mais adiante, pelas 22.49: “A ideia de que o Estado agora passa a resolver tudo porque, aspas, o neo-liberalismo falhou, fecha aspas, é ideologia sem nenhum interesse para resolver os problemas concretos. Quem, portanto, perceber é: aquilo que aconteceu nos anos 30 não vai voltar a acontecer. Quer isso dizer que não haverá problemas? Não, há novos problemas e [para] esses novos problemas temos que estar atentos e pensar, temos que os resolver com coerência – essa coerência tem falhado, tem falhado nos Estados Unidos, tem falhado na Europa."

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