Mais umas falácias - também já com algum mofo

Segundo as imagens transmitidas pela SIC, aqui vão as declarações da polémica: “O que eu acho que é faraónico é fazer o aeroporto na margem sul, um aeroporto onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, onde não há indústria, onde não há comércio, onde não há hotéis e onde há estudos ambientais da maior relevância que é necessário preservar. Eu recebi as maiores sumidades – ou das maiores sumidades, há outras também muito grandes – mas pessoas de grande competência na área do ambiente, todos eles me disseram, na margem sul, jamais, jamais (com pronúncia francesa).” Mais adiante, em resposta a um interlocutor, introduz a metáfora do cancro do pulmão, onde, após se referir às rotas migratórias das aves e ao aquífero subterrâneo, acrescenta: “também não pode construir o aeroporto onde não há ninguém, pode construí-lo no deserto do Saara, mas é mortal” – entenda-se a metáfora, tal como o referido cancro do pulmão. Houve outras referências hiperbólicas, mas visto não ter tido directo acesso a elas, não as refiro aqui.
Estas declarações provocaram reacções imediatas, nomeadamente, pela sua simples falsidade, pois, segundo o Jornal de Negócios, citando dados do INE, existiriam, na margem sul, 707148 pessoas, 392 escolas (incluindo estabelecimentos do Ensino Superior), 40 hotéis e 20073 estabelecimentos comerciais. Neste artigo, não se referia a indústria, mas certamente não é por ela faltar quer no Barreiro, quer em Setúbal, quer em Palmela, incluindo a menina dos olhos de vários governos, a Auto-Europa.


Posteriormente, o ministro das Obras Públicas,
