Autonomia e heteronomia da consciência moral
A consciência moral forma-se, inevitavelmente, sob pressão, imposição ou até fruto da repressão do meio social sobre a criança, começando pelo meio familiar e alargando-se pelos meios escolares, nos contactos com os amigos, pela influência da comunicação social, etc., levando, a pouco e pouco, à interiorização dos padrões morais até ao ponto de se tornarem formas de pensamento próprias. A heteronomia da consciência moral inicia-se nessa subordinação às normas sociais, colectivas dos outros (hetero) sobre cada qual. Não seria possível educar uma criança de outro modo. Não faz sentido pedir a uma criança de 2 ou 3 anos que desenvolva um pensamento crítico e autónomo, que reflicta sobre o sentido de uma norma, sobretudo se dessa norma depender até mesmo a possível sobrevivência da criança (pensem, por exemplo, na curiosidade infantil pelas instalações eléctricas ou pelo fogo).
O facto da origem temporal da consciência moral se radicar na heteronomia, não significa que a mesma não possa evoluir e, até mesmo, que essa origem explique integralmente uma consciência moral verdadeiramente amadurecida. Muitos são aqueles que fazem depender, durante toda a vida, a sua consciência dos outros, como crianças com medo dos mais velhos, mas essa consciência moral induzida do exterior fundamenta-se no medo e não no pensamento próprio. Não é uma verdadeira consciência moral, uma consciência do dever próprio, mas sim uma consciência das sanções que se pode sofrer se se fizer isto ou aquilo ou uma simples consciência da aceitação social. A autêntica consciência moral fundamenta-se no pensamento próprio e tem assim uma natureza diferente da consciência heterónoma. Necessita da maturação da razão humana, tal como a matemática ou a lógica, só podendo desenvolver-se após a consciência heterónoma, mas só parcialmente derivando desta. De facto, mais do que derivar desta, esta apenas suscita material para a reflexão e deliberação autónoma. A autonomia da consciência moral radica, em primeiro lugar, na razão humana e nos seus critérios específicos, resulta da reflexão ética sobre a acção e permite a auto-determinação do homem segundo princípios universais.
O facto da origem temporal da consciência moral se radicar na heteronomia, não significa que a mesma não possa evoluir e, até mesmo, que essa origem explique integralmente uma consciência moral verdadeiramente amadurecida. Muitos são aqueles que fazem depender, durante toda a vida, a sua consciência dos outros, como crianças com medo dos mais velhos, mas essa consciência moral induzida do exterior fundamenta-se no medo e não no pensamento próprio. Não é uma verdadeira consciência moral, uma consciência do dever próprio, mas sim uma consciência das sanções que se pode sofrer se se fizer isto ou aquilo ou uma simples consciência da aceitação social. A autêntica consciência moral fundamenta-se no pensamento próprio e tem assim uma natureza diferente da consciência heterónoma. Necessita da maturação da razão humana, tal como a matemática ou a lógica, só podendo desenvolver-se após a consciência heterónoma, mas só parcialmente derivando desta. De facto, mais do que derivar desta, esta apenas suscita material para a reflexão e deliberação autónoma. A autonomia da consciência moral radica, em primeiro lugar, na razão humana e nos seus critérios específicos, resulta da reflexão ética sobre a acção e permite a auto-determinação do homem segundo princípios universais.